sábado, 18 de abril de 2009

Será o fim do embargo americano a Cuba? E porque houve o embargo?


O anúncio da Casa Branca nesta segunda feira dia 14/04/2009 marcam o fim de certas restrições dos EUA em relação a Cuba. Limites impostos a cubanos que vivem nos EUA como a impossibilidade de irem a ilha ou o envio de dinheiro para parentes que residem na Cuba, tem um ponto final. Foi anunciado também o fim de restrições que impediam que empresas norte-americanas operassem em Cuba, as empresas estão agora autorizadas a firmarem acordos com o governo cubano pra que se estabeleça comunicações por fibra ótica ou via satélite entre os dois países, além disso as empresas poderão também transmitir programas de televisão e rádio americanos aos cubanos.
EUA e cuba reduzem as distancias e as duas bandeiras se encontram cada vez mais próximas. Tudo indica que em um futuro próximo podemos ter a formação de laços comerciais entre os dois países.
Aproveitando este momento, iremos relembrar como se deu a ascensão da Revolução Cubana, fato muito importante para a America Latina e que levou os irmãos Castro ao poder.


A revolução cubana



Em 1953 os estudantes começam protestos contra a ditadura de Fulgêncio Batista. Em 26 de julho do mesmo ano, os irmãos Fidel e Raul Castro junto ao médico argentino Ernesto “Che” Guevara organizam o ataque ao quartel da Moncada. Iniciativa não foi bem sucedida, causando a morte de quase metade dos guerrilheiros. Após ter amargado a prisão até 1955 os três foram libertados e se exilaram no México. Pouco tempo depois os revolucionários voltaram a Cuba no Granma, um pequeno iate. Novamente as tropas de Batista provocaram pesadas baixas entre os guerrilheiros. Fidel, Raul, “Che” e poucos outros conseguiram alcançar as montanhas a famosa Sierra Maestra. Os líderes começaram a organizar os camponeses e a procurar o apoio de uma parte da burguesia. Fidel pregava, também, o fim da exploração dos camponeses que não tinham propriedade de terra, pois quando conseguiam o empréstimo para o cultivo deviam pagar juros altíssimos, além disso, os guardas florestais cobravam impostos indevidos. Isso fomentou o movimento guerrilheiro que recebia treinamento militar e educação política. Foi-se concretizando então a idéia de derrubar militarmente Batista. Unificaram-se vários movimentos nacionalistas formando a Frente Democrática Nacional, cujo objetivo era formar um governo democrático pondo fim à ditadura de Batista. A Frente se tornou então um partido político que recolheu mais de 8.000 assinaturas de eleitores pedindo um novo pleito. Este pedido foi, porém, negado pelo governo de Batista. Esta recusa evidenciou o caráter autoritário do ditador, motivando ainda mais o movimento nacionalista à luta. O lema dos revolucionários era “eleições livres e derrota do governo anti-cubano”. As principais reivindicações do Partido eram:
a) Anistia para os presos políticos e sociais;
b) Total revogação dos decretos-leis de ordem pública e anticomunista;
c) Final do fechamento de Hoy, La Calle, e outros jornais e restabelecimento efetivo da liberdade de imprensa;
d) Restabelecimento dos direitos democráticos inclusive dos direitos de reunião de trabalhadores e funcionários, do direito de se organizarem e de fazer manifestações de protesto contra reduções de salário;
e) Extinção do imposto sindical fascista;
f) Facilidade para a participação de todos os partidos e núcleos democráticos, operários, antiimperialistas, socialistas e progressistas, nas eleições, restabelecendo os princípios da constituição de 1940;
g) Voto livre e direto.
Não tendo êxito por meios legais, negados pelo ditador Batista, acirra-se a luta armada. Em outubro de 1958 inicia a “Marcha sobre Havana”. Os revolucionários tomam a capital de Cuba em janeiro de 1959. Após a fuga para os EUA de Fulgêncio Batista, constituiu-se um governo moderado com Manoel Urritia como presidente e Miró Cardona como primeiro-ministro. As primeiras medidas são, porém, bastante radicais, como: nacionalização de empresas americanas de petróleo e transporte; reformulação da educação e saúde; é eliminado o latifúndio e se inicia a reforma agrária. Estas mudanças eram excessivas para a burguesia, mas tímidas demais para população mais carente. Fidel Castro assume então o poder para agilizar e aprofundar tais reformas.
Obviamente estas medidas desagradam profundamente a Casa Branca que, antes, promove o boicote ao açúcar cubano e, em seguida, financia grupos anti-castristas que acabam por tentar a invasão da ilha. Os anti-revolucionários são, porém, rapidamente derrotados na famosa batalha da Baía dos Porcos. As pressões americanas continuam e culminam com a expulsão de Cuba da Organização dos Estados Americanos, em 1962. Estas medidas isolacionistas obrigam o governo revolucionário que, mesmo tendo referências marxistas-leninistas, era acima de tudo nacionalista, a se aproximar da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Proporcionando ao mundo o mais grave episódio da Guerra Fria: a grave crise dos mísseis instalados na ilha pela URSS que ameaçavam os EUA, considerando que o estado americano da Florida dista, apenas, 100 milhas de Cuba. A solução pacífica da crise não amenizou o embargo americano que dura até hoje tal como o governo de Castro e o regime comunista.
postado por: Rafael Vicente da Rocha Chirone e Sheldon Thiago Pontes Gomes